Pensamento

Enquanto não aceitarmos a pluralidade, o multifacetado, o 'inter': a DIVERSIDADE para, a partir disso, buscar a harmonia, a UNIDADE nas coisas no que tange as relações, os embates, etc... não se fará grandes progressos no mundo da ALTERIDADE

A Unidade na Diversidade é um fenômeno que se dá num período de tempo infinitamente grande. Nesse processo há um "acordo" feito entre todas as partes: do mineral ao vegetal; do líquido ao gasoso; do mega ao nano; do vísível ao invisível. Tudo entra na "orquestra" fazendo valer sua "nota musical". E assim, o Universo se faz e refaz num tempo contado em bilhões e bilhões de anos e nesse ínterim a unidade na diversidade vai "tecendo seus fios", e a vida - orgânica ou inorgânica - se vê também contemplada nessa "teia".

Depois de dois anos sem postar nada no blog, volto para ver se consigo dar uma certa regularidade naquilo que escrevo sobre UNIDADE NA DIVERSIDADE. Cada vez mais me sinto mais à vontade e convicto nesse e desse assunto. Parece que a cada ano que passa - com a velocidade em que se dão todas as transformações, mudanças e enriquecimentos sócio-culturais - mais imperativo se torna adotar uma postura de UNIDADE NA DIVERSIDADE. Criar um "clima" de harmonia (UNIDADE) na pluraridade (DIVERSIDADE) parece ser algo ABSOLUTAMENTE IMPRESCINDÍVEL. Os "fios" que estão a "tecer" essa tão emarenhada "teia" exigem absoluta "cumplicidade" e "integração" em tamanho, cores, resistência, elasticidade, dentre outras coisas para que o "produto final" seja coeso e bem apresentável. Entretanto, ainda se faz necessário entender e/ou esclarecer que a "teia" é sempre feita em ESPIRAL, e, portanto, estará sempre INACABADA, porque, acima de tudo, seus "fios" têm como caracterísica intrínseca a INCOMPLETUDE.

Há diversidade que há no Planeta é algo que o faz ímpar e o torna absolutamente atraente. Quando mais diverso, mais colorido, menos tedioso. Imaginemos um mundo onde não pudéssemos ter a oportunidade de ver outra religião que a cristã; outro deus que não fosse Javé; outras crenças exceto as judaico-cristãs; outros costumes senão os ocidentais; outros ideais além do consumismo capitalista; outra estética ou raça além da européia. O importante disso tudo, é perceber que as diferenças não se excluem naturalmente ou causam problemas. É o nosso isolacionismo, individualismo e maniqueísmo - sem falar do etnocentrismo - que nos leva a ingênua ilusão de querermos ter uma só cor, uma só fé, uma só cultura, uma só sexualidade e assim por diante. Insistimos em construir a UNIDADE na UNIDADE, e, a vida, repleta de diversidade, se recusa a aceitar esse malcriado capricho.

Hoje gostaria de citar o nome de alguns autores que escrevem sobre a Unidade na Diversidade. São autores de áreas diferentes como química, física, dentre outras e que não divergem porque quase todos são autores que se baseiam em teorias sistêmicas, teorias que apóiam muito bem o conceito da Unidade na Diversidade. São eles: Ilya Prigogine, Fritjof Capra, Francisco Varela, Humberto Maturana, Francisco Di Biase, Leonardo Boff, David Bohm, James Lovelock, Candace Pert e Ramtha. No meu trabalho monográfico sob o título A Visão Holoético Planetária em Zarathustra: uma viagem através do Gathas, mostro essa personagem da antiga Pérsia como o primeiro ambientalista da história e também como defendor da Unidade na Diversidade.

A primeira vez que ouvi a expressão UNIDADE NA DIVERSIDADE, foi numa ocasião em que me encontrava participando de um Fórum sobre sexualidade dado pela Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza. Lá, Maria Luíza Fontenele (Ex-prefeita da cidade) pegou do microfone e fez sua palestra defendo fervorosamente uma sociedade onde se deva reconhecer e respeitar a diversidade das coisas, dos costumes, das idéias, das crenças, das sexualidades, enfim. Falou que vivíamos no mundo da pluralidade e que deveríamos unir forças para construirmos A UNIDADE NA DIVERSIDADE.

Antes de começar a escrever textos, gostaria de agradecer a uma pessoa que me ajudou e me inspirou a criar esse blog: minha aluna e amiga Hevellany. Fiquei surpreso qdo a mesma me disse, calmamente, que já possuía há algum tempo seu próprio blog. É que depois dos quarenta anos, a gente custa a ceder a mudanças.